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Produtores rurais protestam contra imposto por ‘arroto do boi’

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    A ideia do governo da Nova Zelândia em propor a criação de taxa em decorrência da emissão de gases do efeito estufa provenientes da pecuária levou produtores rurais às ruas. Na última quinta-feira (20), mais de 50 localidades do país registraram protestos contra o projeto que visa criar o que vem sendo chamado de imposto pelo ‘arroto do boi’.

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    De acordo com a agência de notícias Ansa, os produtores rurais usaram tratores para se manifestar de forma contrária ao plano governamental. Um dos integrantes do Groundswell NZ, grupo que defende os interesses agropecuários no país da Oceânia, Bryan McKenzie criticou de forma veemente a ideia de se criar uma nova taxa sobre o setor responsável pela produção de alimentos.

    “Impostos punitivos” — Bryan McKenzie

    “O compromisso ideológico do governo com impostos punitivos e contraproducentes sobre as emissões da produção agrícola ameaça a existência das comunidades rurais”, afirmou McKenzie. Nas redes sociais, além de exibir fotos e vídeos das manifestações, o Groundswell NZ tem criticado abertamente o ministro da Agricultura da Nova Zelândia, Damien O’Connor, que está no cargo desde 2017.

    tratores - protesto de produtores rurais da nova zelândia - imposto por arroto do boi

    Foto: Groundswell NZ/divulgação

    arroto do boi - protesto

    Foto: Groundswell NZ/divulgação

    “Caro Damien, seu comentário desdenhoso e seu pequeno sorriso foram um insulto aos membros trabalhadores do nosso setor agrícola, o mesmo povo trabalhador que você deveria representar e defender”, reclamou o grupo diante do posicionamento do ministro. O’Connor foi um dos idealizadores do projeto para se taxar o ‘arroto do boi’ na Nova Zelândia.

    “Apresentamos nossa proposta de precificação de emissões”, declarou o ministro em 11 de outubro, dia em que a proposta foi divulgada pelo governo neozelandês. “Apoiamos amplamente o que eles apresentaram: nível de fazenda, gás split, reconhecimento de sequestro e manutenção de gases agrícolas fora do ETS”, complementou o titular da Agricultura da Nova Zelândia.

    Imposto por ‘arroto do boi’ é apoiado pela primeira-ministra

    protesto - nova zelândia

    Foto: Groundswell NZ/divulgação

    Primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern vê como positiva a possibilidade de se criar um imposto contra o ‘arroto do boi’. Para ela, a ação proposta pelo governo vai tornar o país um exemplo para o mundo.

    “Este é um avanço importante na transição da Nova Zelândia para um futuro com baixas emissões e que cumpre a nossa promessa de estabelecer preços para as emissões agrícolas, a partir de 2025”, declarou Jacinda. Por ora, ela não explicou os detalhes da taxação. Nesse sentido, também não detalhou quais seriam os custos sobre os produtores rurais.

    Caso avance, o imposto impactará o setor que movimenta a economia do país. Atualmente, a agropecuária é responsável por cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) da Nova Zelândia. Além disso, a atividade é detentora de 65% das receitas com exportações.

    “A maior parte da redução nas emissões da Nova Zelândia será apenas substituída por agricultores estrangeiros menos eficientes” — Groundswell NZ

    “O imposto agrícola não apenas reduzirá a produção de ovinos e bovinos em 20% e a produção de laticínios em 6%, mas afetará pouco as emissões globais, pois a maior parte da redução nas emissões da Nova Zelândia será apenas substituída por agricultores estrangeiros menos eficientes que entrarão em nossa fatia do mercado”, afirmou, em nota, o Groundswell NZ.

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    arroto do boi - reprodução - agora rn

    Foto: Agora RN/reprodução